- Como é que o senhor, sendo de Portugal, fala tão bem português?, perguntava-me ao jantar a Maria, por eu falar com pronúncia brasileira.
- É que o Sr. João, seu amigo, fala muito enrolado. A gente não percebe metade do que ele diz.
No dia seguinte parti para a famosa Jericoacoara, uma cidade turística onde só se chega de 4 x 4 ou Buggy pois, sem estrada, o acesso é feito através da praia a partir da cidade vizinha de Préa. Só constatei esse facto quando estava a chegar e me disseram que não conseguiria atravessar as dunas com a minha moto. Assim, ao fim da tarde, instalei-me numa das poucas pousadas de Préa e, na manhã seguinte, apanhei uma das pick-up que transportam pessoal pelos 10 Km de praia por cerca de euro e meio a passagem. Só que, a meio caminho, um dos pneus de trás da pick-up furou e lá tivemos que desembarcar para o homem substituir a roda.
Tomei uns banhos de praia em Jericoacoara que, demasiado turístico, não em encantou. Pela hora de almoço regressei a Préa, tomei um duche, peguei na moto e parti para Lagoinha, uma encantadora vila a cerca de 100 Km de Fortaleza. Aqui o grupo “Hard Rock Café” está a construir um enorme complexo turístico junto à fabulosa praia que se estende por quilómetros.
Fiquei em casa de uma amiga do João Paulo, a Ritinha, que vivia numa modesta casa de um bairro pobre de Lagoinha com uma filha de sete anos, encantadora. A miúda apaixonou-se por mim e no segundo dia tratava-me por pai. Com as mãos dadas a mim e à Ritinha enquanto passeávamos na praia dizia: “somos uma família”
Em segredo dizia-me mais tarde:
- Logo à noite você diga à minha mãe: “Ritinha, eu amo você e vou pensar em si o resto da minha vida”. Amorosa, aquela miúda.
A mãe tinha uma moto 4 que alugava para passeios pela praia mas como estava desmontada em casa, a ser pintada por dois miúdos, acabámos por andar os três na minha moto pela vila. Ía levar a Sofia ao colégio ou até à praia e só no ultimo dia, enquanto a Sofia estava no colégio e com a Moto 4 já operacional, dei uma volta com a Ritinha pelas dunas e lagoas junto ao areal. Muito giro.
Parti no dia seguinte, a caminho de Fortaleza, direito a um local onde me poderiam reparar o computador. Na terceira empresa que visitei disseram que talvez o conseguissem. Era uma sexta feira. Deixei-o lá e aluguei um apartamento para passar o fim de semana bem instalado.
Nesse dia fui almoçar a Cumbuco, a praia menos má dos arredores de Fortaleza e jantei em casa. No Sábado só fui dar um mergulho à praia em frente ao apartamento e dei um passeio a pé enquanto no Domingo fui conhecer a Praia do Futuro, uma bagunça, com musica ao vivo numa esplanada junto à praia. O espectáculo incluía animados casais a dançarem forró. Um inferno.
Na Praia do Futuro II, mais à frente, encontrei uma esplanada mais calma onde almocei e fiquei uma hora pela praia a beber uma água de Côco.
Sim senhor, vida boa!
ResponderEliminarCuidado aí na Praia do Futuro com o cimento! ;)
Beijinhos
Ana
Que horror. Até dá pesadelos só de pensar nos desgraçados. A praia em si é sinistra e o pessoal que por lá anda parecem todos amigos do Mocetão, ou como lá o homem se chamava.
EliminarFrancisco, até parece que está de férias!
ResponderEliminarImpossível passear pela orla marítima com os vendedores ambulantes...
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