Não dormi muito bem porque o colchão, muito fino mesmo depois de cheio com
ar, era incómodo, mas só acordei de vez pelas oito e meia da manhã. Desarmei a
tenda, carreguei o saco na moto e parti a ver outra cascata maior que havia por
perto. Tirei umas fotografias mas voltei à das pequenas lagoas onde tinha
estado na tarde anterior tomar um segundo banho fabuloso. Chegaram três miúdas
francesas que estavam a viajar juntas de carro e fiquei à conversa com uma
delas, dentro de água, junto à pequena cascata. Pelas dez e meia da manhã
decidi que era tempo de partir para o parque seguinte, a cerca de 200 Km.
As estradas são de uma via para cada lado com grandes rectas a perder de
vista. Durante o dia não me cruzei com mais de meia dúzia de carros e outros
tantos camiões, a que eles chamam “road trains” e que, por levarem quatro ou
cinco reboques, chegam a atingir mais de 50 metros de comprimento, algo
impensável na Europa onde o limite são 17.
Uns cinquenta quilómetros antes de Kakadu Park vi um sinal a indicar
passeios de barco para ver crocodilos e fui até lá por uma estrada de terra de
uns três ou quarto quilómetros.
Duas raparigas, uma aborígena e uma branca exploravam o negócio mas
disseram-me que só me poderiam levar se aparecessem mais clientes. Acabaram por
chegar três casais de jovens australianos e lá fomos rio acima num barco a
motor. Foi um espetáculo extraordinário. Uma das mulheres trazia um isco de
carne que colocava na ponta de uma cana e fazia os crocodilos saltarem fora de
água para o tentarem apanhar, por vezes com reflexos tão rápidos que ela não
tinha tempo de levantar a cana. Quando vimos um maior, de uns bons cinco
metros, elas encaminharam-no para a margem com o isco para o observarmos
melhor. Impressionante. Tinha uma das patas de trás cortada pela metade que
disseram terá sido arrancada por outro crocodilo.
Depois daquele passeio sensacional de uma hora rio acima e em que vimos uns
sete ou oito crocodilos voltei à moto e segui caminho para o parque.
Aqui as distancias parecem curtas no mapa mas, quando cheguei ao primeiro
parque de campismo, tinha percorrido mais de 300 Km desde a saída de Litchfield
Park
Pelo caminho ainda almocei num dos poucos restaurantes de beira de estrada
que se encontram. A maior parte do tempo roda-se durante muitas dezenas de
quilómetros sem ver qualquer veículo, construção ou vivalma.
Boa viagem, bjs Ana
ResponderEliminarObrigado, Ana. Hoje fiz um corte grande na cabeça. Sabe onde? Quando estava a fazer a mala numa casa de banho de um parque de campismo. Levantei a cabeça e bati num destes fornecedores de toalhas de papel que estava aberto. Que pouco romantico. Ha, ha. Beijinhos
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