24 de setembro de 2014

Ayuthaya




A Tailândia é um país muito mais desenvolvido que os vizinhos da Birmânia, Laos, Vietnam ou Cambodja.
50% da população vive da agricultura, principalmente de arroz, do qual são o 3º exportador mundial, mas a industria desenvolveu-se muito nas ultimas décadas e produzem não só coisas básicas como roupas ou sapatos mas também alta tecnologia como computadores ou peças para automóveis. Na oficina onde estive a reparar a moto vi acessórios para motos de altíssima qualidade fabricados localmente.
O desenvolvimento económico levou a que o transito na capital se tornasse caótico. De carro leva-se horas a atravessar a cidade que é, toda ela, um engarrafamento enorme e permanente. Não que o transito não seja organizado mas ficamos com a sensação que cada habitante tem pelo menos um carro, na maioria “pick-ups”. Os sinais luminosos demoram muito mais tempo a mudar do que na Europa e é usual ficarmos parados 4 ou mesmo 5 minutos num sinal encarnado. O que vale é que, como bons Budistas que são, os tailandeses não se parecem enervar e é muito raro ouvir-se uma buzina.
No Segundo dia de visita à Tailândia fomos visitar o Palácio Real e o espetacular Templo Esmeralda, onde os reis oravam a Buda, antes de deixarmos Bangkok, a caminho de Ayuthaya, antiga capital.
Acordámos pelas nove  e ao procurarmos um local para tomar o pequeno almoço só nos ofereciam frango, arroz ou massa de maneira que acabámos num supermercado onde eu escolhi uma tarte recheada de maçã e a Maria o que parecia ser um pão recheado de chocolate. Sentámo-nos numa escada com o nosso “pick-nick”. A tarte não era má mas perante a insistência da Maria a dizer que o chocolate não sabia a chocolate procurámos a embalagem e constatamos que o pequeno almoço dela tinha sido pão recheado com pasta de feijão.
Tivemos uma manhã divertida que incluiu uma visita às ruinas da velha capital, um passeio de elefante, outro de canoa à volta de um mercado flutuante e uma sessão fotográfica junto a um tigre que felizmente parecia estar mais drogado que um “junkie” do Casal Ventoso.
Nesse dia ainda fizemos uns 200 Km em direção a Sukhothai.
Parámos junto a um telheiro à borda da estrada onde uma família vendia refeições. Sem perceberem uma palavra de inglês, pedimos um prato idêntico ao que o único cliente tinha, um arroz de camarão com bom aspecto, mesmo se picante de mais. Estávamos a acabar quando a senhora, simpática, trouxe uma travessa para a mesa explicando que era oferta da casa. Sem pestanejar a Maria deu uma garfada no que parecia ser um escaravelho embrulhado em legumes e pôs aquilo na boca.
-“grande corajosa”, disse eu.
- “pai ! o que é isto? É para comer?”
- “acho que não”
Com vergonha de deitar aquilo fora em frente da mulher ainda lhe deu duas trincas, que não lhe fizeram mal.
Nesse dia ficámos em Nakhon Sawan, uma cidade sem turistas e onde nem o empregado da recepção do Hotel falava Inglês. Quando lhe perguntámos a que horas fechavam as lojas apontou para o numero nove no seu relógio de pulso e disse:
- “three o’clock”

3 comentários:

  1. Que sortudo, a passear com uma miúda tão gira!
    Ana

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  2. Estou encantado com a coragem da Maria. "Filho de peixe sabe nadar"! Que maravilha estarem os dois juntos nessa fantástica Odisseia!

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