8 de novembro de 2017

Baños


Baños fica na serra, mais perto de Quito que de Guayaquil. Por isso viajei nesse dia para nordeste, parte do dia através de serra. Como a maioria das estradas no Equador estão em bom estado é giríssimo percorrer estas serras na Cross Tourer, que, com os pneus novos, está a curvar bem embora se note a perca de potencia quando andamos a mais de 2000 metros, como foi mais uma vez o caso.
Baños é uma zona turística que aproveita bem a fantástica natureza de montanha com rios de grandes caudais e várias cascatas. Passei lá duas noites para no dia em que lá estive poder visitar os locais mais emblemáticos. Assim, da parte da manhã subi parte de um vulcão até uma zona onde construíram uma pequena casa numa árvore e, à volta, vários entretimentos, desde baloiços onde se baloiça sobre um precipício ou alguns slides que descem a montanha. Mais uma vez não consegui ver o glaciar deste vulcão que atinge mais de seis mil metros de altura porque o tempo estava enublado.
Da parte da tarde visitei uma cascata fantástica onde se chega depois de um percurso de uns vinte minutos a pé. Esta cascata do “Pailon del Diablo” tem tanta força que quando há uns anos ali construíram uma barragem para produção de electricidade, uma semana antes da inauguração a força da água arrastou a barragem rio abaixo e desistiram da ideia. A produção hidroeléctrica no Equador tem vindo a crescer muito nos últimos anos e o país pretende até 2022 só produzir energia eléctrica limpa.
Nesta cascata do “Pailon del Diablo” passa-se através de umas grutas muito baixas, em que temos que andar de cócoras, até uma zona em que ficamos praticamente por de trás da cascata, o que é espectacular.
Quando de ali saí fiquei a almoçar numa tasca que havia perto da entrada que tinha uma única mesa e onde a simpática dona me fez uma optima empada de queijo que acompanhei de batatas e banana frita, coisa que eles não dispensam em quase todos os pratos.
De volta à vila de Baños ainda parei junto a uma enorme garganta formada pelo rio, com outra cascata do lado oposto e entrei com um grupo de Canadianos numa balsa metálica suspensa por uns cabos que atravessa este profundo canhão a uma altura de mais de cem metros. A geringonça, alimentada por um velho motor diesel, tem um ar velho e pouco fiável mas funciona há anos sem acidentes.
No dia seguinte deixei Baños e parti para Sul, a caminho do Peru.  


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